quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Considerações sobre "A Metamorfose" de Franz Kafka

O conto “A Metamorfose” descreve o convívio de uma família depois que o filho mais velho tornou-se uma barata gigante. Nesse livro, Kafka conseguiu representar o sentimento de rejeição e estorvo familiar na transformação de homem em barata.


A obrigação de alimentar um integrante, suportar a presença, a vergonha que a família sente pela aparência incomum, as mudanças de hábitos do indivíduo, o fato de o filho não mais ser uma renda, mas sim um verdadeiro estorvo dentro de casa, etc. O filho transformou-se em algo que saiu dos velhos costumes e a sua presença transformou-se em um incomodo.

Ao crescer e conhecer outras vivências sofremos nossas metamorfoses e quando não mais aceitamos as hipócritas razões tradicionais e começamos a contestar os velhos hábitos, passamos a ser um verdadeiro estorvo àqueles que nos transmitiram seus ensinamentos, pelo fato das idéias encontrar-se em contraposição. Assim, a relação familiar torna-se apenas a de cumprir as obrigações institucionais, regada a falsos e tolerantes afetos.

O metamorfoseado é um estranho no ninho, sua presença causa constrangimento, suas atitudes incomodam, seus pensamentos são considerados errôneos, com isso passam a ignorá-lo e até mesmo odiá-lo por causa de toda perturbação, principalmente a do convívio social.

A barata sente-se rejeitada e incompreendida, vive sozinha pelos cantos como se ninguém a pudesse ver e sua família prefere ignorá-la, mas sempre cumprindo os deveres de uma família constituída de cidadãos humanos.

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