
Eu que não tenho dinheiro.
Não tenho beleza.
Não tenho grandes talentos.
Eu que sou tantas vezes vil.
Não tenho planos e nem indicações.
Vago pelos dias apenas com sonhos
e com poucas canções.
Eu que gosto do exótico, do mal arrumado, do desorganizado, do anárquico e do lucérgico.
Eu que gosto da diferença, da unicidade e de arte.
Vejo o mundo por onde me construo
pela marginalidade.
Eu que tentei tantas viagens deslocáveis
Por entre cores, figuras e misturas
Aprendi que a loucura é verdade quase absoluta.
E que a sanidade é realidade impura.