quinta-feira, 8 de abril de 2010

Entre copos e risos

Um dia desses estava numa lanchonete conversando com uma dupla fantástica. Na medida em que assuntos e risadas rolavam entre os copos de cervejas pudemos fazer uma breve reflexão sobre nossas escolhas profissionais. Na conversa participávamos um psicólogo, uma advogada e uma letrada.

Não éramos bons em esportes quando crianças. Aliás, atualmente, esportes não fazem partes das nossas vidas. Na escola éramos os últimos a serem escolhidos pelo time que iam se formando na turma. E ser o último escolhido para um adolescente é bem constrangedor. Quando se é adolescente queremos ser igual aos nossos amigos, não nos interessa ter uma personalidade diferente. Nos vestimos iguais, gostamos dos mesmos artistas pop, ouvimos a mesma banda ou a mesma cantora norte americana siliconada, colecionamos os mesmos artefatos, vamos todos juntos a mesma festa, fazemos parte do mesmo clubinho e é claro queremos praticar o mesmo esporte - “Ah manhê deixa, vai todo mundo”.

Mas, chega um dia que começamos a crescer tanto em sociedade como individualmente, sofrendo por vários processos de adaptação. No meu caso, estava cansada de ser a última escolhida no time de vôlei da escola, e nem conseguia sacar por cima (risos e muitos risos). Depois de muitas tentativas frustrantes de me encontrar nos esportes, resolvi levar revistas e livros para as aulas de educação física. E assim, fui descobrindo o mundo das letras.

Outra intriga que também contribui para minha escolha foi a dificuldade de tentar conversar com pessoas de diversas tribos, a maioria preferem falar de si o tempo todo e julgam preconceituosamente pessoas com pontos de vistas diferentes. Então, ainda me questiono, como é mesmo o processo de comunicação e interação entre os seres humanos?

Penso que muitos ainda preferem viver em fraternos clubinhos. E para podermos nos comunicar temos que falar a mesma linguagem e se enquadrar nos mesmos conceitos. É difícil cair de pára-quedas em um grupo social, se não falar a mesma língua logo já enfrentamos os pré-conceitos, e caímos às margens, o que, particularmente, é muito agradável viver nas margens da diversidade!

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