quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

SUBVERSIVIDADE

            Quando era criança tinha um medo absurdo das drogas, porque assistia quietinha no sofá à violência que elas poderiam causar. Temia que uma pessoa drogada, em estado de alucinação absoluta, pudesse invadir minha casa e matar algum dos meus familiares por muito pouco. Entrava em pânico quando via um sujeito largado perto de alguma sarjeta ao redor da minha casa de infância e, permanecia à noite sem dormir, rezando a Deus para que meu devaneio não acontecesse realmente. Na minha criancice, isso era um dos meus mais aterrorizantes medos.
            Mas a vida é mesmo irônica, cedo ou tarde, descobrimos outras realidades longe do aconchego do lar. Atualmente, meus medos são de situações mais paradoxais, os viciados químicos são preocupações por outros motivos. Agora, meus maiores temores exalam cheiro de perfume importado, andam bem engomados e geralmente em carros oficiais. Esses sujeitos têm a capacidade de gerar violências que matam mais de 800 pessoas numa mesma cidade, apenas na época chuvosas do verão brasileiro. Matam inocentes em hospitais públicos, causam acidentes nas rodovias, matam profissionais da educação e estudantes, toda classe operaria e comerciantes livres. Matam pelas construções de usinas hidrelétricas descompromissadas com o meio ambiente... Presenteia nossas florestas aos americanos, ingleses, franceses, holandeses, pelo singelo serviço de pesquisar plantas e animais onde há pedras preciosas, e até mesmo pela política de proteção ao índio (piada de humor negro).
            Enfim, os terroristas engomados assassinam milhões de pessoas todos os dias. E nós somos obrigados por meios legais a financiar a destruição em massa do nosso povo e do nosso território. É apavorante!

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